terça-feira, 10 de maio de 2011

Maturidade demagógica

Bandeiras tremulando, carros com som nas ruas promovendo a falácia, pessoas sendo abordadas por partidários com o objetivo do convencimento, camisas de políticos sendo distribuídas, enfim, um circo.

A política é tão ridícula nos “interiores” de cada estado assim como nas capitais, sendo que a intensificação é menor. Na última campanha eleitoral mais precisamente a de 2010, a política brasileira legitimou a sua ingenuidade e imaturidade, o Brasil como um todo, é escasso do pensamento crítico político-social. Acompanhei de perto o processo eleitoral na cidade de Patos na Paraíba, quero deixar claro que a mais simples acepção do que vem a ser “política” é a mais complexa possível. Política seria um instrumento que o cidadão faz uso para auxiliar, guiar, influenciar, eleger com consciência, criticar e orientar o governo para atender demandas sociais, promovendo o desenvolvimento. A conceituação rasa de política não é posta em prática, e nem muito menos a mais complexa. Sendo assim, a política hoje é remetida a uma categoria ou “cargo” que se desdobra na obtenção de lucros, em que “apadrinhados”, servidores fantasmas, “babões eleitoreiros” e toda a “corja” fazem parte de toda esta conjuntura.

 Mas quem é essa tal corja sustentadora de todo esse quadro político instaurado? Simples, é você que não pensa quanto ao seu voto, que faz uso do sufrágio simplesmente para a obtenção de um cargo político, ou devido um candidato ser mais “bonito” que outro, ou por causa de um discurso ser mais esteticamente embasado do que o outro. São esses fatores que legitimam a nossa ingenuidade-imaturidade política, não me recordo em nenhum momento da minha vida, que fui ensinado a criticar na escola àquelas verdades supostas e os discursos, mas com o decorrer do tempo, passei, a saber, o que é crítico e aplicá-lo na política, no social e na vida. Bem, não me alongarei e nem entrarei no mérito da Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010, a Ficha Limpa, apenas quero manifestar e afirmar que essa lei é um atestado que o Brasil é um país subdesenvolvido, quando delegamos ao judiciário o sufrágio, sendo ele o responsável por julgar quem é ou não digno de receber o voto e de ser votado, tendo em vista, o que o político fez ou deixou de fazer corretamente. Afinal, seria de quem a decisão referente à escolha do voto? Cada um com sua resposta, mas me anteciparei quanto a minha. Penso que a própria sociedade deve avaliar, criticar, analisar e então votar naquele candidato que não usando de demagogia, mas tendo um passado transparente e com propostas firmes de política, constituindo assim, o merecedor do nosso voto. Fazendo um infeliz jogo de palavra, o sufrágio está mais para um naufrágio, na medida em que vejo ele se afundar cada vez mais, perdendo sua vitalidade inicial que nem um navio.

Diante do exposto, é selada a indignação quanto ao quadro político brasileiro, revelando um descompasso com o amadurecimento e desenvolvimento social-político global. Com isso, critique e se indague sobre essa problemática, e sobre o seu papel político.